ANÁLISE ALOMÉTRICA ENTRE FADIGA MENTAL E TRABALHO MECÂNICO
DOI:
https://doi.org/10.69876/rv.v20iS1.295Palavras-chave:
Custo de transporte, Desempenho físico, MotivaçãoResumo
INTRODUÇÃO: A análise do desempenho tem despertado o interesse no que se refere a mecânica da locomoção humana, em especial, ao trabalho mecânico total (Wtot) - determinado pela soma dos trabalhos mecânicos interno (Wint) e externo (Wext) (ZAMPARO, e col. 2019). Na prática esportiva, estudos têm verificado a necessidade de utilizar valores diferentes como coeficientes para a determinação do percentual a ser considerado da massa corporal total no cálculo do Wtot. A escala alométrica é um exemplo. Ela é representada por uma equação de regressão que indica o comportamento de uma variável fisiológica “Y” em relação a variável massa “X” (Y = aXb) (TARTARUGA e col., 2013). Embora a literatura tenha demonstrado evidências científicas dos efeitos negativos da FM para com o desempenho cognitivo e esportivo, o comportamento do Wtot em corredores de longa-distância não tem sido investigado em tal situação de fadiga quando aplicada a alometria. Portanto o presente estudo teve como objetivo investigar, alometricamente, a relação entre fadiga mental (FM) e trabalho mecânico total (Wtot) de corredores recreacionais de longa-distância. MÉTODOS: A amostra foi constituída por quinze mulheres, com mais de dois anos de experiência em provas de 10 km. Todas as participantes foram submetidas a dois testes de Economia de Corrida realizados, randomicamente, sem e com fadiga mental (FM) induzida através de uma tarefa cognitiva de esforço (Stroop Task) de 30 min. Foi realizado o teste de Shapiro-Wilk para a verificação da normalidade dos dados, teste T de Students para amostras dependentes e o teste comparativo não paramétrico Wilcoxon. O índice de significância adotado foi de 0,05 no programa estatístico Statistical Package for the Social Sciences – SPSS (IBM, USA). RESULTADOS: Não foram verificadas diferenças estatisticamente significativas no Wtot, sem e com FM, apesar do efeito cognitivo significativo induzido pelo Stroop Task de 30 min. Alometricamente, os resultados do nosso estudo também não demonstraram alterações significativas quando comparado o Wtot com e sem FM. É provável que estes resultados estejam relacionados aos valores homogêneos verificados nos nossos parâmetros de massa corporal e VO2máx - próximos de 10%. Segundo Tartaruga e col. (2010), comportamentos homogêneos intersujeitos da massa corporal e do VO2máx resultam em elevados valores exponenciais alométricos (< 0,9) diminuindo, assim, o efeito de prováveis diferenças na potência metabólica máxima, o que justifica o uso deste procedimento para amostras heterogêneas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O presente estudo permite concluir que 30 min de esforço mental para induzir a FM parece não afetar significativamente as respostas fisiomecânicas de corredoras de 10 km, sugerindo-se uma possível estratégia de enfrentamento individual advinda da experiência esportiva.
Referências
Tartaruga, M. P., Brisswalter, J., Mota, C. B., Alberton, C. L., Gomeñuka, N. A., & Peyré-Tartaruga, L. A. (2013). Mechanical work and long-distance performance prediction: the influence of allometric scaling. Journal of Human Kinetics, 38, 7-15.
Tartaruga, M. P., Medeiros, M. H. d., Alberton, C. L., Cadore, E. I., Peyré-Tartaruga, L. A., Baptista, R. R., & Kruel, L. F. M. (2010). Application of the allometric scale for the submaximal oxygen uptake in runners and rowers. Biology of Sport, 27(4), 297-300.
Zamparo, P., Pavei, G., Monte, A., Nardello, F., Otsu, T., Numazu, N., Fujii, N., & Minetti, A. E. (2019). Mechanical work in shuttle running as a function of speed and distance: Implications for power and efficiency. Human Movement Science, 13(66), 487-496.
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