A INFLUÊNCIA DO VOLUME DE TREINO E DO FORTALECIMENTO MUSCULAR NA OCORRÊNCIA DE LESÕES EM TRIATLETAS AMADORES
DOI:
https://doi.org/10.69876/rv.v20iS1.310Keywords:
Volume de Treino, Triathlon, Lesões Esportivas, Fortalecimento Muscular, Prevenção de LesõesAbstract
INTRODUÇÃO: O triathlon é caracterizado por sua natureza multidisciplinar, envolvendo a execução sequencial de natação, ciclismo e corrida no mesmo evento. Com formatos que variam de provas curtas a distâncias longas, a modalidade exige planejamento cuidadoso e alto volume de treinamento semanal. Por treinarem simultaneamente em três disciplinas, os triatletas geralmente apresentam um volume e intensidade de treinamento total maiores do que atletas de esportes individuais. Apesar dos avanços recentes no entendimento dos desafios fisiológicos e bioquímicos do treinamento, volumes elevados de treino ainda podem aumentar o risco de lesões e afastamentos. Este estudo teve como objetivo investigar a relação entre o volume semanal de treino, o uso de planilhas de treino, a prática de fortalecimento muscular e a prevalência de lesões em triatletas amadores, com foco em identificar potenciais associações com afastamentos de treinos e competições ao longo do último ano. MÉTODOS: Estudo transversal com 35 triatletas (24 homens e 11 mulheres, 24 a 67 anos), avaliados por meio de um questionário online. Foram coletados dados sobre histórico de lesões, volume semanal de treino, prática de fortalecimento muscular e uso de planilha de treino. A principal variável de desfecho foi a ausência nos treinos por lesões no último ano. Utilizou-se estatística descritiva e inferencial, aplicando-se o teste Qui-quadrado e o teste Mann-Whitney para análise das associações e comparações entre grupos, adotando nível de significância de 5%. RESULTADOS: Dos 35 triatletas avaliados, 88,6% afirmaram realizar fortalecimento muscular regularmente, enquanto 68,6% utilizam planilhas de treino para estruturar suas atividades. A maioria dos participantes (65,7%) não se ausentou dos treinos devido a lesões no último ano. Os testes estatísticos não indicaram associações significativas entre as variáveis analisadas. O teste Qui-quadrado mostrou que a prática de fortalecimento muscular não está associada à ausência por lesões (χ2=0,00;p=1,00\chi^2 = 0,00; p = 1,00χ2=0,00;p=1,00). De forma semelhante, não houve associação significativa entre o uso de planilha de treino e a ocorrência de lesões (χ2=2,22;p=0,33\chi^2 = 2,22; p = 0,33χ2=2,22;p=0,33). Além disso, ao comparar o volume semanal de treino entre triatletas que se ausentaram ou não devido a lesões, o teste de Mann-Whitney não revelou diferenças estatisticamente significativas (p=0,30p = 0,30p=0,30). Esses resultados sugerem que o volume de treino, o fortalecimento muscular e o uso de planilhas, isoladamente, não são fatores determinantes na ocorrência de lesões dentro da amostra analisada. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A prevalência de lesões observada foi relativamente baixa, corroborando estudos anteriores que apontam o papel protetor do fortalecimento muscular no treinamento de triathlon. No entanto, os dados deste estudo não suportam a hipótese de que a prática regular de fortalecimento ou o uso de planilhas de treino estejam associados a uma menor frequência de lesões. Embora os resultados não tenham mostrado associações estatisticamente significativas, a continuidade do fortalecimento muscular é recomendada, considerando seus potenciais benefícios para a economia de movimento e a redução da fadiga. Estudos futuros com amostras maiores e análise de variáveis como intensidade e qualidade do treino são necessários para aprofundar o entendimento desses fatores.
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