ESTUDO BIOMECÂNICO DA CAMINHADA DO TANGO
DOI:
https://doi.org/10.69876/rv.v20iS1.296Palabras clave:
Dança, Custo metabólico, Trabalho mecânico, Análise da marchaResumen
INTRODUÇÃO: O tango, reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial pela UNESCO (2009), tem potencial como estratégia de reabilitação (Lötzke et al., 2015). No entanto há escassez de quantificação biomecânica e fisiológica para dar suporte ao seu uso clínico. Este estudo explora os aspectos energéticos e espaço-temporais da caminhada de tango, especificamente no papel de líder. MÉTODOS: Treze bailarinos de tango (cinco mulheres e oito homens, idade 49,6 ± 16,4 anos, massa corporal 72,7 ± 18,6 kg e estatura 1,70 ± 0,08 m) realizaram uma caminhada em velocidade auto selecionada e no estilo tango no papel de líder ao som da música "La Puñalada", composta por Horacio Castellanos em 1937. Um sistema de captura de movimento de oito câmeras a 100 Hz (Vicon Motion System, Oxford, Reino Unido) e um sistema metabólico portátil (K5, Cosmed, Itália) foram utilizados. O comprimento do ciclo, Tempo do ciclo, Frequência do ciclo, Duty Factor, trabalho mecânico externo, trabalho interno, trabalho total, energy recovery e porcentagem de congruência de energia mecânica foram determinados in LabView (versões 2.0–7.1, National Instruments, Austin, EUA) ou Matlab R2018a® (Mathworks, Inc.). T-test foram usados para comparar as diferenças entre as condições para toda as variáveis. RESULTADOS: As duas formas de caminhar, não mostraram diferenças significativas de velocidade (p=0.86). Apesar das variáveis espaço-temporais inalteradas (faixa p= 0.54-0.96), na caminhada estilo tango houve um aumento notável no Custo de Transporte (1.64±0.51 vs 3.16±0.9 J.kg-1.m-1, p≤ 0,001), e uma diminuição de energy recovery (56,6±12,4 vs 45,9±14,2 %, p=0,046) e na eficiência (0,417±0,177 vs 0,228±0,076, p=0,002). Além disso, foi observada uma maior variabilidade na marcha de tango, para a maioria das variáveis, sugerindo potenciais assimetrias. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A inexistência de diferenças de velocidades entre condições permite-nos assumir que as alterações observadas estão ligadas a alterações de técnica. Portanto, a escolha da música torna-se uma consideração crucial para o uso do tango como estratégia de reabilitação, e, este primeiro estudo sugere a milonga como um subgênero a ser utilizado. Apesar de velocidades semelhantes, as variações estéticas dentro do Tango, aumentam significativamente a demanda energética. Esta é uma consideração inicial importante a ser levada em conta ao usar o tango como uma estratégia de reabilitação. Os resultados obtidos sugerem que fatores não mecânicos, como co-contrações de grupos musculares, poderiam explicar as diferenças observadas. No entanto, estudos adicionais ainda são necessários para determinar as causas dessas mudanças. Analisar assimetrias e atividade muscular a caminhada do Tango pode fornecer percepções sobre o aumento substancial observado na demanda energética.
Citas
Lötzke, D., Ostermann, T., & Büssing, A. (2015). Argentine tango in Parkinson disease—A systematic review and meta-analysis. BMC Neurology, 15, 226. https://doi.org/10.1186/s12883-015-0484-0
UNESCO. (2009). El tango. UNESCO. https://ich.unesco.org/es/RL/el-tango-00258
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