PERFIL SOCIOECONÔMICO E EDUCACIONAL DE TRIATLETAS: INFLUÊNCIAS NA PRÁTICA DO ESPORTE
DOI:
https://doi.org/10.69876/rv.v20iS1.289Palavras-chave:
Esportes Aquáticos, Treinamento Resistido, Treino Aeróbico, Fatores SocioeconômicosResumo
INTRODUÇÃO: A prática do triathlon tem ganhado popularidade nos últimos anos, atraindo atletas de diferentes perfis, idades e níveis de experiência. Este estudo busca analisar as características socioeconômicas e os hábitos de treinamento de triatletas que participaram de uma prova de short Triathlon. MÉTODOS: Estudo transversal realizado com 35 triatletas participantes de uma prova de short triathlon, avaliados por meio de um questionário online. Foram coletados dados demográficos (idade, sexo, escolaridade), hábitos de treinamento (frequência semanal e tipo de fortalecimento muscular) e tempo de prática no triathlon. A análise estatística incluiu estatísticas descritivas para caracterização do grupo e uma análise de regressão logística multivariada para avaliar a relação entre as variáveis sexo, escolaridade e prática de fortalecimento muscular. RESULTADOS: A idade dos atletas variou entre 24 e 67 anos, com média de 39 anos. A distribuição por sexo foi de 60% homens e 40% mulheres. Em relação à escolaridade, 60% dos atletas possuem pós-graduação, 20% ensino superior completo e 20% ensino médio completo. A maior parte dos atletas está em estágios iniciais de prática (até 6 meses), seguidos pelos que praticam há 4 a 5 anos e 1 a 3 anos. Atletas com mais de 10 anos de prática também representam uma parcela significativa do grupo. Quanto à frequência de treino, 40% relataram treinar todos os dias, e 40% treinam de 5 a 6 dias por semana. A prática de fortalecimento muscular foi relatada por 88,6% dos participantes, sendo a musculação a mais comum (80%), seguida por treinamento funcional (30%) e Pilates (15%). A regressão logística multivariada analisou a relação entre sexo, escolaridade e prática de fortalecimento muscular. Os resultados mostraram que a escolaridade tem maior influência positiva na prática de fortalecimento muscular (coeficiente: 0,510), enquanto o sexo apresenta um impacto menor e negativo (-0,092). O modelo sugere que indivíduos com maior escolaridade têm maior probabilidade de praticar fortalecimento muscular, independentemente do sexo. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O triathlon é predominantemente acessível a indivíduos de maior renda, devido aos custos elevados com equipamentos, inscrições e competições, frequentemente associados a níveis mais altos de escolaridade e melhores posições no mercado de trabalho. Características como disciplina e planejamento, comuns entre indivíduos com maior escolaridade, são indispensáveis para manter uma rotina consistente de treinos e prática de fortalecimento, especialmente considerando que triatletas frequentemente competem ao longo do ano. Além disso, o acesso a redes sociais e profissionais onde o triathlon é amplamente praticado pode influenciar sua escolha esportiva. Indivíduos com pós-graduação também podem se beneficiar de maior flexibilidade em suas rotinas de trabalho, permitindo equilibrar carreira e vida pessoal com atividades desafiadoras como o triathlon. Esse fator contribui para a permanência prolongada no esporte e o desenvolvimento contínuo. A alta prevalência de atletas com pós-graduação reforça a influência de fatores socioeconômicos na prática do triathlon. Esses achados destacam a importância de considerar o perfil educacional e econômico em análises esportivas, contribuindo para o desenvolvimento de estratégias voltadas à inclusão e diversificação no esporte.
Referências
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